
Resumo
Capítulo I
Por Bruno Magalhães
A obra começa com uma introdução à vida da personagem Lopes Matoso e com o nascimento de Helena — ou Lenita, como é chamada —, filhinha que foi deixada por sua esposa, que veio a óbito durante o parto. Embora o falecimento da sua mulher tenha sido impactante, Lopes consegue reorganizar sua vida, mudando-se para uma chácara no interior e dedicando sua vida ao manuseio de livros e à filha, que cresceu robusta, sadia e dotada de conhecimento além do vulgar devido às instruções a que foi submetida. Em um dado dia, Lopes Matoso falece subitamente, destruindo Helena emocionalmente e dispersando toda a estabilidade cultural e superioridade que deixava transparecer; ela sofria com dores, inquietude e passava a maior parte do tempo isolada em seu quarto, recebendo poucas visitas de conhecidos que prestavam condolências. Em meio a esta situação, Helena decide escrever ao Coronel Barbosa, que foi tutor de seu pai durante a infância, comunicando que se retiraria para a fazenda dele.
Capítulo II
Ao chegar à fazenda do Coronel Barbosa, Helena ainda estava no ápice do seu sofrimento. Ela comia isolada, geralmente na vastíssima varanda da casa em que ficava, e tentava se distrair com a leitura dos inúmeros livros que havia levado com a mudança, mas as lembranças do pai sempre vinham à mente; Helena também saía pela fazenda e tentava admirar as paisagens, mas nada foi de proveito. Em uma manhã, Helena não conseguiu se levantar da cama, pois estava muito doente. O doutor Guimarães é chamado pelo Coronel, que estava muito preocupado com a “nova filha”, e um medicamento é aplicado sobre ela.
Após ter passado muito mal e ser medicada, Lenita acordou calma, mas muito abatida como consequência. Gradativamente, ela recuperou o apetite, o ânimo e começa a sinalizar mudanças psicológicas, pois começa a abandonar o gosto pelas ciências e, dos livros que havia levado à chácara, selecionou somente os mais sentimentais e passou a ter o desejo de se colocar à disposição de alguém — considerando, inclusive, o casamento por ter pensado nas necessidades que supostos filhos teriam dela. A esta altura, a morte do pai já não era muito impactante e desejos pelos quais Lenita não tinha interesse começam a se manifestar, sobretudo quando ela observa uma estátua de bronze do Gladiador Borghese, com a qual começa a ter delírios eróticos.
Capítulo IV
Após ter desmaiado graças ao prazer pelo qual passara na noite anterior, Lenita acorda sadia.
Durante o dia, ela passeou pela chácara para observar a natureza, andar a cavalo, saltitar, correr, caçar animais e se banhar em um lago que havia roubado sua atenção e admiração. Ela resolve tirar toda a roupa e se banhar nas águas. Após um dia relaxante, Lenita retorna à fazenda e o coronel Barbosa se surpreende com o seu vigor, já que, há pouco tempo, ela estava completamente desnorteada e enferma.
Capítulo V
Por Raphael Mazza
Por Raphael Mazza
Logo no início do capítulo temos a figura dos negros em
esforços braçais bem descritos pelo autor, e vistos com muitos detalhes por
Lenita quando ela observa a situação em que eles preparam o moinho. Lenita não
se cansava de observar o engenho e se interessava por tudo o que acontecia lá e
sempre perguntava ao coronel sobre o engenho e seu funcionamento como um todo.
Ela chega ao ponto de despertar interesse do coronel, quando ele diz que
deveria ter se casado com ela, pois ela seria uma boa administradora do
engenho.
Em conversa com o coronel, Lenita desperta interesse em
saber a respeito de Barbosa. O coronel fala sobre ele como um filho que aprecia
muito a prática de leitura, “esquisitão” e que gosta de caçar.
Lenita e o coronel conversam sobre Barbosa, e Lenita fica
muito interessada em conhece-lo, já que se trata de um rapaz casado, mas
separado, excêntrico e bem instruído para a sua idade na casa dos quarenta. Em
outra ocasião, Lenita tem a oportunidade de falar com um dos escravos e ele
mostra sua ferida para ela e pede que Lenita fale para o coronel tirar o ferro
que ele carrega como punição. O coronel então explica a ela que os escravos não
têm escrúpulos e devem ser punidos, mas como ela quem pede, ele então retira o
ferro do escravo.
Capítulo VI
Por Tallyta Almeida
Mudança de Estação
“ A lascívia da flora se vinha juntar o furor erótico da fauna”
Em toda parte os bichinhos desejavam-se, procuravam-se e encontravam-se no
ardor da sexualidade, no espasmo da reprodução.
Lenita estava preguiçosa, vivia na mata entregando-se a moleza erótica que
estilava das núpcias da terra. Voltava a casa sempre pensando no caçador
excêntrico (Manuel Barbosa) que idealizara.
Lenita torna-se cruel beliscando e machucando os animais,
sente prazer no sofrimento alheio.
O escravo que Lenita defendeu foge, assim como o Coronel
havia dito, mas foi trazido de volta, amarrado, carregado por dois caboclos. O
coronel diz que vai castigá-lo, Lenita não interfere, deseja ver a dor do
escravo, ao contrário da compaixão que sentira anteriormente pelo mesmo
escravo.
Discretamente, Lenita descobre como o escravo será castigado e quase não dorme
com medo de perder o espetáculo. Saiu cedo, ainda estava escuro, sem que
ninguém a visse, passa pelo pomar e corre a casa do tronco. Com uma tesourinha
faz um buraco na parede, mas não avista nada pois estava muito escuro lá
dentro.
Quando o sol raia, ela levanta-se rapidamente e observa a casa do tronco. Entra
o administrador e dois caboclos e castigam o escravo fugitivo. Lenita sente
espasmos de prazer com a surra que o escravo e sorri cruelmente.
Capítulo VII
Tempo chuvoso (cerca de duas semanas de chuva sem cessar)Lenita
passava a maior parte do tempo lendo. O coronel anuncia que Manuel Barbosa está
chegando.
Ela se empolga se arruma e se adorna das melhores joias, mas fica decepcionada
com Manuel Barbosa. Tranca-se no quarto e cai em prantos. Começa a refletir
angustiada sobre como idealizara o filho do Coronel e planeja morar em São
Paulo, viajar pela Europa e ter muitos amantes.
Capítulo VIII
Lenita acorda bem de saúde, mas é torturada pela lembrança de Manuel Barbosa e
em pensar em encontra-lo. Muito Contrariada vi almoçar e ao saber que Barbosa
chegou e saiu ficou contente, estava decidida a ir morar em São Paulo. Almoçou
com prazer, tocou piano, passeou e pensou poucas vezes em Barbosa, achando-se
ridícula por ter o idealizado como herói.
A noite arruma e embala seus bronzes e bibelôs e um pouco mais tarde ouve
barulhos da volta de Manuel Barbosa.
Lenita levanta-se cedo, e sai pelo pomar e procura na laranjeira um ninho,
quando sente cheiro de perfume e charuto, distrai-se e quando volta a
laranjeira topa com Manuel.
Fica atônita, confusa, aquele Manuel era diferente daquele que vira na véspera,
começam a conversar e a partir desse momento passam a fazer tudo juntos. Manuel
pensa que não conseguirá mais viver e fazer as coisas senão for ao lado dela.
Capítulo IX
Quebrara em Santos uma casa comissária importantíssima. O
coronel perdia na quebra dinheiro.
Ficou decidido que Barbosa partiria no dia seguinte para Santos para tentar
salvar alguma coisa. Depois do almoço conversou durante um bom tempo com seu
pai, discutiu e fez contas.
Quando Barbosa se despediu, Lenita sentiu um vazio imenso, a viagem para Santos
a torturava.
Quis ela mesma fazer as malas de Barbosa, não queria que uma escrava arrumasse
as malas.
Seguiu a mucama até o quarto de Barbosa, entrou ali pela primeira vez.
Ao entrar, Lenita sentiu um embaraço inexplicável, parecia-lhe que respirava
indecência naquele aposento de homem.
Começou arrumar as coisas de Barbosa, a mucama sai para buscar algumas
roupas e Lenita ficou só. Automaticamente, inconscientemente, atraída,
puxada pelos nervos pôs as mãos no colchão, curvou-se e aproximou a cabeça e
sente um prazer delirante. Trincou nos dentes a fronha , gemendo, ganindo. A
mucama entra e se assusta e grita achando que Lenita estava tendo um ataque,
ergueu Lenita pelos braços, sacudindo-a com força. Lenita se recompõe e diz que
era apenas uma vertigem e saiu do quarto.
A tarde, Barbosa estranha o comportamento de Lenita de não procura-lo e não
respondia o que ele perguntava.
Barbosa se despediu dos pais porque não queria acordá-los de madrugada.
Tira uma garrafa de conhaque no armário, bebeu um cálice, acendeu um charuto.
Entrou a pensar em o que Lenita teria, se estaria doente ou eram as regras.
Percebeu-se apaixonado por Lenita, mas onde iria isso parar se ele era velho e
casado ? E como uma rapariga iria se apaixonar por ele? Deitou-se.
Às três levantou-se sem ter conciliado o
sono e se preparou para partir.
Lenita também não conseguiu dormir e ao ouvir o barulho da partida de
Barbosa abriu a janela e
inconscientemente atirou um beijo ao espaço. Certa de que ninguém a vira,
fechou a janela, deitou na cama e desatou a chorar.
Amanhece, Lenita levanta e sai a passear pelo pomar, a calma da natureza a
irritava. Tudo lhe falava de Barbosa e só pensava nele. Mal almoçou jantou
ainda pior.
Ao entardecer foi sentar-se angustiada em um bosquezinho e contemplava o amplo
cenário, abstrata, distraída, imersa, em cisma, olhando sem ver. Observa o ato
sexual de um touro e uma vaca, em vez de julgar um ato imoral e sujo, ela
achou-o grandioso e nobre em sua adorável simplicidade.
Ouve assobios e também presencia o ato sexual entre uma escrava e um escravo.
Abalada em seu organismo recolheu-se fraquíssima.
O coronel tinha passado mal a noite e não se levantara durante o dia, Lenita
foi vê-lo, demorou-se um pouco, retirou-se para seu quarto e trancou-se.
Capítulo X
Por Beatriz Xavier
Lenita acaba por espionar uma determina prática religiosa
realizada pelos escravos, acaba se surpreendendo com a situação. Em todo
momento permanece com a curiosidade cientifica a respeito do ato.
Capítulo XI
Final a protagonista, depois de sofrer pela distância de seu
amor, acaba por receber uma tão preciosa carta de Barbosa. Entretanto acaba se
decepcionando com o ocorrido. A carta trata-se apenas de uma descrição a
respeito de Santos.
Nesse capítulo somos capazes de ver a oscilação da personalidade de Lenita, passando de uma mulher extremamente racional, para uma mulher impulsionada pelos seus sentimos.
Nesse capítulo somos capazes de ver a oscilação da personalidade de Lenita, passando de uma mulher extremamente racional, para uma mulher impulsionada pelos seus sentimos.
Capítulo XII
Temos Lenina voltando ao seu comportamento racional e indo
caçar. Nesse meio tempo acaba por ser surpreender com o retorno de Barbosa,
fica encantada com seu retorno e seus impulsos sentimentais voltam a tomar
forma.
Enquanto isso, o pai de Barbosa descobre um negro que vem
sabotando-o. Joaquim Cambina vem libertando escravos e mesmo os matando. Nos é
apresentada a escravidão da forma mais cruel e o confronto e desgosto entre
negros e brancos naquela situação de poder irracional e desumana.
Ao voltar para junto dos demais escravo Joaquim Cambina é torturado e morto.
Ao voltar para junto dos demais escravo Joaquim Cambina é torturado e morto.
Capítulo XIII
Por Raphael Mazza
A fazenda do coronel funcionava como os antigos feudos da idade média em que os donos de terras eram soberanos e tudo devia ocorrer conforme ordenassem, e as leis não funcionavam de forma igualitária para os escravos, e seus proprietários eram quem decidiam como fazer justiça com eles, sendo que o coronel afirmava não ser a favor de impunidades.
Lenita acompanhava Barbosa em atividades de caças e tinha
maios astúcia sobre as mesmas.
Ela tem a oportunidade de atirar em um alvo, e acerta uma
cutia, tenho êxito com a espingarda e sente muito prazer ao ver o animal
sangrando no solo. Lenita deixa transparecer sua ansiedade com a caça e sua
hiperatividade e se sente muito orgulhosa com seus tiros e com o sofrer dos
animais.
Lenita sai para caçar afastada de Barbosa, mas é fragilizada
quando sofre uma picada de cobra, e manda que chamem Barbosa de imediato. Logo,
ele suga o veneno e a leva para casa.
Lenita fica fragilizada, e com o
auxílio de Claude Bernard ela se recupera da picada que podia ter sido fatal, e
Barbosa permanece ao seu lado a todo o momento possível.
Capítulo XIV
Por Raphael Mazza
Lenita fica abalada psicologicamente durante o processo de
recuperação da picada da cobra, e entra em um estado depressivo, perdendo o
ânimo para a leitura, caça e outras atividades que gostava, e Barbosa se mantém
reservado alimentando uma paixão por Lenita. As atividades de Barbosa ficaram
estagnadas também. Ele saia para caçar, mas apenas observava todo o cenário da
fazenda sem o ânimo que sentia ao lado de Lenita.
Certa vez Barbosa estava em caça, quando se depara com
Lenita em toda a sua formosura presente ao seu lado, e beija seus pés, se
rendendo plenamente a paixão por ela. Barbosa pensa em casamento com Lenita, apesar
de não ser possível se casar com outra mulher, já que apesar de separado já era
casado, e divórcio e um novo casamento não era algo viável na época em que se
apaixonara por Lenita, então passa a questionar os valores e costumes da
sociedade. Barbosa chega a conclusão de que serão amantes. Lenita vai até o
quarto de Barbosa, mas ele acaba recusando seu amor e apenas a beija na testa.
Ela deixa transparecer ao coronel na ceia que não estava bem, e vai para o
quarto em estado melancólico.
Aparecem os primeiros sinais de histeria de Lenita, e ela
não resistindo às tentações da carne, parte para o quarto de Barbosa e o seduz, e após resistir muito
Barbosa se entrega aos prazeres da carne com Lenita.
Capítulo XVI
Por Mayke Suênio
Lenita
se desfaz da mucama para poder ter com Barbosa em seu quarto; o coronel
estranha a decisão de que ela passe a dormir sozinha, preocupado que ela passe
mal durante a noite; ela o tranquiliza e diz que não acontecerá, e que o fato
ter dispensado a mucama é porque ela rocava, e isso estava impedindo seu sono.
À
noite, silenciosamente, Barbosa vai até o quarto de Lenita e faz de tudo para
não ser descoberto. Ele se esvanece de poder possuir Lenita a seu bel prazer.
Começava a realizar com Lenita seus desejos e suas maiores fantasias sexuais.
Os prazeres da carne se davam em todos os lugares em que estivessem juntos,
Lenita cedia, entregue ao gozo do prazer.
Uma
noite Barbosa não vai ao seu quarto, Lenita preocupa-se e vai até o seu. Ao
chegar lá, ouve de Barbosa que está com uma enorme enxaqueca, pede que Lenita o
deixe só; Lenita não obedece e passa a cuidar de Barbosa, que adoece. Lenita
cuida dele até que fique completamente curado.
Capítulo XVII
Havia
começado a nova moagem na fazenda, porém, um acidente interfere a continuação
do processo; um negrinho prende o braço na máquina de moagem, e o pai, para
salvar-lhe a vida, acaba a quebrando. Tudo para; os escravos culpam a Caipora,
outros ao próprio diabo. Barbosa é enviado, por seu pai, à Ipanema, para
encomendar uma nova máquina, que deveria ficar pronta o mais rápido possível.
Lenita fica triste por saber que ficará longe de Barbosa mais uma vez; acredita
estar apaixonada por ele. Passa a acreditar que a partida de Barbosa a afetará
impreterivelmente, mas não acontece, pelo contrário, a presença de Barbosa
chega a aborrece-la.
Lenita
despede-se de Barbosa sem nenhum tipo de sentimento, se não, total indiferença.
Como deduzira, não ficou triste como da última vez. Chegou até a se sentir
vaidosa por saber que Barbosa a queria; sentia-se mais lisonjeada pelo fato de
ele lhe desejar, do que saber que ele pudesse sentir algum tipo de amor por
ela.
A
relação de Lenita e Barbosa era vista como simples cumplicidade pelo coronel,
mas era grande motivo de zombaria entre os escravos da fazenda.
Lenita decide
organizar as coisas de Barbosa. Ao mexer nas gavetas, Lenita encontra uma
caixinha com um curioso conteúdo: Cartas, poesias, mechas de cabelos e outras
coisas que a fazem deduzir que Barbosa era um grande mulherengo. Aquela
revelação a enfurece, e acredita ser, para Barbosa, somente mais uma das muitas
mulheres que teve e que tão carinhosamente recordava com os objetos guardados
na caixinha. Lenita raciocina que o amor é uma desculpa para uma demanda
social, e que o casamento é pura invencionice da sociedade para a manutenção
dessa ideia de “família”; o que tivera com Barbosa não passara de um desejo
carnal, necessidade humana. Quis chorar a traição, mas se conteve, pois
descobrira que somente havia se entregado às suas necessidades fisiológicas,
Barbosa não passara de um instrumento para suprir essa necessidade, poderia ter
suprido com qualquer um.
Lenita
começa a sentir grandes apetites, tonturas, enjoos; Lenita descobre que está
grávida. Assim que tomou consciência da gravidez, algo ocorre com ela, começa a
sentir algo que define como “um sentimento ridículo guinado ao sublime pelo
romantismo piegas”, o amor materno. Estava indecisa do que fazer; decidiu então
parir e cria-lo. Lenita decide voltar para São Paulo, informa ao coronel sua
decisão, este fica muito triste por saber de sua partida e pede que espere por
Barbosa, ela diz que não. Lenita vai embora para São Paulo.
Capítulo XVIII
Seis dias após
a partida de Lenita, Barbosa volta de viagem e espera ansiosamente reencontrar
a moça; a imagina em várias situações, à sua espera, imaginado a alegria que
sentiria ao vê-lo retornar. Olhava para as janelas, mas não a via, ao passar
pelo terreiro, encontra um grupo de crioulinhos que se alegram com seu retorno,
eles começar a fazer algazarra para que todos saibam que Barbosa voltou;
Barbosa faz todos se calarem, pois quer surpreender Lenita e seus pais, que,
imagina ele, estão proseando na varanda. Ao chegar na varanda, não encontra
ninguém; vai até o quarto do pai, e lá o encontra deitado sofrendo de
reumatismo e sua octogenária mãe “cabeceando”. O pai interroga Barbosa sobre os
sucessos das negociações, ele, porém, não pergunta de Lenita ao pai, pretende
surpreende-la em seu quarto. Barbosa vai à sala de Lenita e a encontra vazia,
segue para o quarto e não encontra nem resquícios da moça; volta desesperado
para junto do pai para questionar o sumiço da moça; ele lhe responde que Lenita
se fora, que voltou para São Paulo. Barbosa entra em um estado de profunda
reflexão, pois começa a pensar que não mais veria Lenita. Barbosa reflete sobre
sua vida, seu casamento, as mulheres que teve, e seu vasto conhecimento sobre o
sexo feminino, porém, não entendo como pode ter se apaixonado como um garotinho
sem experiência por uma mulher como Lenita. A lembrança de Lenita o corroía por
dentro, tudo remetia à ela; chega a preferir que ela tivesse morrido da picada
da cascavel, antes de ele ter tido tempo de se apaixonar. Lhe passa pela mente
a ideia de suicídio, mas decide adiar tal decisão. Barbosa é tomado por uma
súbita mudança nos seus hábitos, passa a dormir somente à base de morfina.
Começa a cuidar dos afazeres da fazenda, e isso chega a espantar o seu pai.
Em meados de outubro,
pai e filho recebem, cada um, uma carta de Lenita; Lenita descreve as mudanças
que estão ocorrendo na cidade, em vários aspectos: construções, ruas, casas,
comércio, industrialização e etc. faz, também, uma curiosa citação em que
insere Júlio Ribeiro (autor da obra), caracterizando-o. Após todas as
descrições, passa a falar diretamente à Barbosa e o caso que tiveram; Lenita
revela, na carta, que está grávida de três meses e que precisa de um pai para
seu filho; como Barbosa é casado e não está vigente, em São Paulo, a lei do
divórcio, decidiu encontrar um substituto para pai de seu filho. Lenita afirma
ter encontrado um pretendente a esposo e pai do seu filho (Dr. Mendes Maia), e
lhe impõe diversas condições para casarem-se; fala que o que houve entre ele e
ela não será esquecido, por ambos; informa que vai à Europa com seu futuro
marido, e que seu filho, se for menino, chamar-se-á Manoel, se menina, Manoela.
Barbosa fica
furioso, rasga a carta e joga num lamaçal com porcos, despeja xingamentos; seu
pai questiona o que leva a tal acesso de fúria; ele o diz que Lenita se casará;
o pai diz ter recebido a mesma notícia e que não entende a moça, que dizia que
nunca se casaria. Barbosa passa uma noite intranquila e não consegue dormir,
não fez uso de morfina.
No dia
seguinte, Barbosa vai dar uma volta para conferir as atividades da fazenda,
mais tarde, pede para que lhe preparem um banho, tomou vinho e retirou de uma
gaveta uma caixa com uma seringa e uma ampola de porcelana, um conjunto de
objetos para preparo de alguma infusão. Lê o conteúdo do frasco, era um veneno
paralisador: Curare.
Barbosa
prepara o conteúdo e o aplica em si. Após dois minutos, começa a sentir os
efeitos do veneno, seu corpo começa a ficar paralisado. O pai começa a chamar
pelo filho, que não responde; pergunta para uma escrava onde ele poderia estar,
ela lhe informa do banho. O Coronel vai até o quarto e o encontra deitado,
chama por ele, mas não ouve resposta, mexe no braço, mas não vê reação, o filho
está quente e mole. O coronel acha que seu filho está morto e grita pela casa o
ocorrido. A mãe, desesperada ao ouvir a voz do marido lamentando a morte do
filho, levanta, sem forças, de onde está, e se arrasta até o quarto do filho;
ela chega e lhe beija. Barbosa, que ainda estava vivo, lamenta não ter dedicado
sua vida a algo mais valioso, como seus pais; arrepende-se de ter tomado tal
medida, mas não tem como voltar atrás. A paralisia que tomou o corpo só o
permite pensar; por fim, ela atinge os órgãos e o cérebro. Barbosa morre.


Nossa! Melhor trabalho que eu já vi na vida!!!!!
ResponderExcluir*clap clap clap